rua rua rua sol Ronaldo Azeredo Esse é um poema concreto. Para comunicar, uso o ideograma (sinal que exprime as idéias e não os sons), rompendo com o verso e a sintaxe tradicional. Não há sujeito, não há predicado. O poema tudo é elaborado com substantivos concretos, abolindo o verso e os sinais de pontuação. O apelo do poema é visual. E o que ele comunica? O movimento do sol, da aurora ao ocaso, sobre uma cidade. Esse poema materializa a concepção poética dos concretistas que, a partir da década de 1950, apregoavam que a poesia tradicional, baseada no verso, não mais combinava com as exigências do mundo moderno. A comunicação visual se coaduna mais com a época do cinema, da televisão, da propaganda e da comunicação de massa. No poema acima reproduzido, o ideograma, a repetição sonora, a aliteração e a assonância se fazem por si mesmos, isto é, “o poema concreto é uma realidade em si, não um poema sobre”. “É o emprego do som, da letra, da página, da cor, da linha, enfim, do que existe de acústico e de visual na disposição dos vocábulos”. Os concretistas atribuem a Mallarmé a posição de precursor do movimento com o seu poema Un Coup de Dés (Um Lance de Dados), de 1887. O Cubismo e o Futurismo já trabalhavam algumas formas concretistas que apareciam em poemas de Jorge de Lima, de Carlos Drummond de Andrade, de Oswald de Andrade. O Movimento Concretista ganha expressão na década de 50 em São Paulo, quando os professores e publicitários Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos divulgaram as idéias básicas do concretismo na revista Noigandres (expressão da Idade Média francesa de significado desconhecido) e na Exposição Nacional de Arte Concreta em 1956, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Augusto de Campo poesia em lugar do homem homem em lugar de poesia nomear é dar o nome nomeio o nome nomeio a fome Haroldo de Campos ave vae Décio PignatariEscolas Literárias: Concretismo - Poesia Concreta
rua rua sol rua
rua sol rua rua
sol rua rua rua
rua rua ruaCaracterísticas básicas do concretismo
Alguns poemas concretos
eixosolo
polofixoeixoflor
pêsofixoeixosolo
olhofixo
fome em tempo de poesia
pronome em lugar do nome
nome em lugar de pronome
poesia de dar o nome
nomeio o homem
no meio a fomeave
ave voo
ave ave
ave ave avevoo
voo ave
voo ave ave
voo ave ave ave
vae
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PROFESSOR ILÁZARO FIGUEIREDO
domingo, 24 de maio de 2009
poesia em tempo de fome
durassolado
solumano
petrificado
corpumano
amargamado
fardumano
agrusurado
servumano
capitalienado
gadumano
massamorfado
desumano
José Lino Grünewaldo
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