OS ERROS NO PROCESSO DA ESCRITA - (Professor Marcos Nonato)
RESUMIDO POR: Ilázaro Figueiredo Nazario
1- CONCEPÇÃO DE LÍNGUA E ERRO
| TEORIA | PREPONENTES | AQUISIÇÃO | ERRO | 
| Behaviorista: -   Aprende-se a língua pela formação de hábitos; substituem-se hábitos formados   por hábitos novos. Não se preocupa com a variedade lingüística. Conhecida   como teoria gerativista transformacional. | - Leonardo Bloomfield: o processo de aquisição acontece em   termos de hábitos de discurso e de resposta a este discurso; a língua não é   um fenômeno mental e sim um comportamento verbal. - B. F. Skinner: a língua é aprendida através de esforço;   o esforço é um estimulo, seguido de uma resposta. | .   A aquisição da língua se dá através de um conjunto de hábitos a ser   adquirido. .   [= estimulo – resposta – esforço] | .   Produto da interferência entre diferentes hábitos mal formados. .  Um mau hábito que deve ser banido. | 
| Inatista: -   O ser humano nasce com pré-disposição para aprender a língua através da   internalização de regras. Não se preocupa com a variedade lingüística. | -   Noam Chomsky: a língua não é   simplesmente um comportamento verbal, mas um complexo sistema de regras; por   meio destas regras os aprendizes podem construir frases novas e independentes   das que foram aprendidas. | .   O conhecimento das regras forma uma competência   lingüística e, a utilização desse conhecimento, através da nossa   fala, é chamado de desempenho. | .   Não ocorre somente pela interferência da língua materna, mas principalmente   pela formação de hipóteses sobre o conhecimento novo. .   Um produto da sistematização das regras por meio de hipóteses, uma construção   positiva. | 
| Perspectiva   Sociolingüística: -   Passa a haver interesse na variedade lingüística e muita ênfase na fala. | - Labov: os estudos lingüísticos precisam   considerar os fatores sociais tendo como objeto de estudo a fala. - Heymes: postula sobre a competência comunicativa;   a competência é a habilidade de aplicar além das regras gramaticais, saber   quando, onde e de que maneira devem ser usadas. | .   A língua é aprendida através da interação coletiva ou social. | .   Conseqüência sócio-cultural de aprendizagem. .   A concepção sobre o certo e o errado está relacionada com as atitudes   sociolingüísticas dos membros de uma determinada comunidade. .   O erro é uma variação lingüística, determinada pelo grau de formalidade que o   contexto exige. | 
| Interacionista: - A linguagem é   construída através da interação significativa. A língua é uma criação   coletiva. | - Bakhtin: os signos só emergem decididamente, do   processo de interação entre uma consciência individual e uma outra [...] e,   conseqüentemente somente no processo de interação social. | .   A linguagem é determinada por um processo histórico-cultural, adquirida   através de interações significativas entre membros de uma comunidade   sociolingüística. | .   Uma construção sistemática realizada, uniformemente, por toda uma comunidade   social, ou seja, constitui uma variação lingüística e não um erro   lingüístico. | 
2- CONCEPÇÃO DE ERRO
Para Possenti existem, basicamente, duas noções fundamentais de erro: a da gramática normativa e a da gramática descritiva. No contraponto de ambas concepções é apresentada uma diferença crucial quanto ao erro: a diferença lingüística e o erro lingüístico.
| Gramática normativa | O   erro é tudo aquilo que foge à variedade padrão, exemplo de boa linguagem. | 
| Gramática descritiva | O erro é uma   ocorrência de formas ou construções que não fazem parte de nenhuma das   variantes de uma língua | 
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| Para a sociolingüística | Só haverá erro   quando a linguagem não for capaz de realizar nenhum tipo de comunicação | 
3- TIPOLOGIAS DE ERROS DA ESCRITA
| a- Erros interlinguais (erros de transferência, próprio de iniciantes):   Refletem a interferência da língua materna sobre a língua-alvo. Na tentativa   de organizar e construir frases na língua estrangeira, o individuo usa a   estrutura da língua materna, que quase sempre não confere com a estrutura que   quer construir na língua alvo. b- Erros intralinguais (próprio em estágios mais avançados):   Construídos a partir da sistematização das regras da própria língua estrangeira.   Divide-se em desenvolvimentais e únicos.  b-1- Erros   desenvolvimentais: são   semelhantes aos erros produzidos pelas crianças durante o processo de   aquisição de primeira língua e, refletem o desenvolvimento do aprendiz na   língua estudada. Incluem-se: erros de omissão, erros de adição, erros de   generalização, erros de formas alternadas e ordem indevida de palavras. b-2- Erros únicos: semelhantes aos erros desenvolvimentais;   são construídos a partir de hipóteses formadas sobre a língua-alvo e não pela   interferência da língua materna. Ocasionados por adição, omissão, por formas   alternadas e por aglomeração de palavras inglesas sem a devida significação. e- Erros ambíguos: são entendidos tanto como interlinguais   quanto intralinguais. São também causados por omissão, adição, posicionamento   indevido dos advérbios e locuções adverbiais, generalização e formas   alternadas. Não é possível determinar um único causador, nem o que   influenciou sua aparição. f- Erros induzidos: nem é interlinguais, nem intralinguais.   São aqueles ocasionados pela influência da forma inadequada de ensinar a   língua-alvo. g- Erros não sistemáticos: não estão relacionados com nenhum desses   processos. São ocasionados pela falta de memória ou pelo cansaço do aprendiz   no momento da construção do texto. | 
4- A CORREÇÃO DE ERROS: DIRETA E INDIRETA
| Correção   direta | Correção   indireta | 
| 1-   Marca-se os erros na margem do texto ou em folhas á parte, fornecendo a   estrutura correta, com ou sem comentários; 2-   Dar-se maior ênfase nos aspectos formais; 3-   O aspecto comunicativo do texto pode ou não ser considerado. Importante: embora o professor ofereça a forma   correta, se não for oportunizado para o aluno um momento para corrigir os   erros (feedback), pode haver pouco proveito. | 1-   Dar-se ao aluno a oportunidade da descoberta do erro, fazendo com ele   participe do processo. 2-   Parte da concepção de que quanto mais o aluno corrige seus erros, mais   chances ele tem de refletir sobre a língua-alvo. Divide-se em: a-   Auto-correção: indica-se os erros, sublinhando ou usando um código.   Este tipo de correção só é eficiente se os alunos forem capazes de reconhecer   e corrigir os seus próprios erros. b-   Correção em pares: direciona-se os colegas para ajudar na correção,   estimulando assim a cooperação entre os estudantes. c-   Correção no quadro: seleciona-se alguns tipos de erros e analisa-se no   quadro, sendo proveitoso para todos. Não se deve apresentar explicações   gramaticais, mas estimular os alunos a identificar os erros e as possíveis   correções. Importante: Grahan, em estudo sobre feedback concluiu   que: a-       A solução da correção não é somente   receber feedback; b-      Não adianta o feedback se o aluno não tem   a oportunidade de refletir sobre seus erros; c-       È escrevendo e reescrevendo que   conseguimos construir bons textos; d-      No feedback é importante explorar não   somente a forma, mas, sobretudo a construção do significado. e-      É importante que o professor saiba,   através dos comentários da correção do feedback, (escrito ou verbal)   valorizar e incentivar e incentivar os alunos na produção de novos textos. f-           O   aluno deve perceber que o professor realmente está interessado no seu   progresso e, não simplesmente em expor sua produção para fazer criticas e   desestimulá-lo. | 
A ABORDAGEM COMUNICATIVA
Professor: José Roberto
RESUMIDO POR: Ilázaro Figueiredo Nazario
O objetivo da abordagem comunicativa é desenvolver a competência comunicativa de acordo com o conceito de Hymes. Ou seja, o aprendiz precisa saber tudo o que é necessário para desenvolver o discurso comunicativo (onde, quando e de que maneira ele pode desenvolver a comunicação – oral, escrita, etc). Portanto, a meta é ir além das regras gramaticais e ver a língua como ferramenta para a comunicação.
| Premissas | Características | Princípios   do ensino comunicativo | 
| 1-   O aprendiz adquire a língua usando-a para se comunicar; 2-   O objetivo do ensino da língua deve ser a comunicação autentica e   significativa e não a priorização especifica de regras; 3-   A fluência (e não a precisão) é a mais importante dimensão da comunicação; 4-   A comunicação envolve a integração de diferentes habilidades, não é apenas   fala; 5-   A aprendizagem é um processo de construção criativa que envolve a tentativa,   a experiência e o erro; | 1-   A língua deve ser usada para expressar valores, opiniões, julgamentos, etc; 2-   O processo de aprendizagem se dá pela analise do erro, necessidade do   aprendiz e negociação de sentidos; 3-   O aprendiz deve se submeter à aprendizagem que vá além do nível lingüístico; 4-   O aluno deve participar de sua aprendizagem como sujeito ativo (opinando   sobre procedimentos, tarefas, objetivos, etc); 5-   O professor é um facilitador, conselheiro e um pesquisador; 6-   O material deve proporcionar comunicação (língua em uso), a partir de texto   base, tarefa base e, relação com experiências prévia do aluno.  | 1-   Principio comunicativo: -   As atividades devem envolver comunicação oral (na língua-alvo ou não); 2-   Principio de tarefas: -   As tarefas devem ter significado para o aprendiz, ou seja, ter relação com a   sua experiência de vida; 3-   Principio de importância: -   A língua deve ser apropriada para possibilitar o avanço do aprendiz no   processo de aprendizagem. | 
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